Café no trabalho: como fugir daquele gosto ruim e amargo!
Você aperta o botão da máquina de café do escritório.
Em menos de um minuto sai aquele espresso (ou aquilo que te vendem como sendo um). Você dá o primeiro gole e... Argh! Que amargor! Que café horrível! Soa familiar? Pois é, isso ainda é realidade em boa parte das empresas. Mas calma, existem alternativas muito melhores!
Comecei a pensar sobre esse tema lá em 2015 e, de lá pra cá, muita coisa mudou - tanto no mercado quanto nos meus conhecimentos como home barista.
Muitas empresas até tentaram melhorar, trocando aquelas cafeteiras elétricas antigas por máquinas de cápsulas. Só que muitas vezes a empresa só fornece a máquina, e as cápsulas ficam por sua conta (com raras exceções). Ou, em empresas com muitos funcionários, você acha aquelas máquinas com botões para escolher entre café, café com leite, cappuccino, chá e a quantidade de açúcar. O famoso "café solúvel gourmet" que de gourmet só tem o nome.
E vamos combinar: isso ainda sai caro! Ok, uma cápsula é mais barata que um espresso no shopping (hoje em dia por volta de R$ 10 a R$ 15 em uma cafeteria decente de São Paulo). As cápsulas subiram para cerca de R$ 3 a R$ 4 cada, dependendo da marca e edição especial. Mas faça as contas: 4 cafés por dia dá quase R$ 16 diários. Num mês? Mais de R$ 300! Dá para comprar muito grão bom com essa grana.
E tem mais: que mania essa de só beber espresso!
A geração Nespresso evoluiu, mas ainda está presa no formato cápsulas + espresso. Repara.
Nada contra as máquinas de cápsula (depois das 14h eu sempre tomo um descafeinado deles!), mas existem tantos métodos incríveis de extração que vão te fazer sentir sabores que você nunca imaginou que existissem no café!
Depois de fazer cursos de barismo e até de torra, posso dizer que minha solução para o café no trabalho evoluiu.
O AeroPress continua sendo meu grande companheiro de escritório, mas agora com algumas mudanças no setup:
Investi em um moedor portátil de qualidade (nada como café moído na hora). Tenho também levado esse mesmo moedor quando visito meus pais, assim fujo do café ultratorrado que eles adoram.
Uso uma balança pequena para pesar com precisão (sim, virei aquele nerd do café que pesa até a água)
Tenho um termômetro para controlar a temperatura da água (descobri que 88°C é meu ponto ideal para cafés mais frutados, mas cada grão pede uma temperatura específica)
Alterno entre AeroPress e V60 (você pode até ter uma Prensa Francesa mini, mas eu não gosto do café da Prensa - gosto não se discute, e o resíduo no fundo da xícara me incomoda)
Levar 'marmita de café' para o trabalho tem seus desafios
Sempre tem alguém pedindo: "Nossa, que cheiro bom! Faz um pra mim também?" E aí com os pedidos adicionais, o ritual pode levar uns 15 minutos ou mais.
Mas aqui vem a parte boa: converti alguns colegas. Um já comprou um moedor manual depois de provar um café da Etiópia que levei. Outro abandonou as cápsulas e adotou o AeroPress depois que mostrei como é fácil de limpar.
A verdade é que fazer café virou muito mais que uma pausa - é um verdadeiro ritual que me traz prazer e conexão com as pessoas ao meu redor.
E o melhor: agora tomo café de muito mais qualidade que qualquer máquina corporativa poderia oferecer, com notas de frutas vermelhas, chocolate, caramelo... tudo isso sem adicionar absolutamente nada além de água quente no café.
Resumão dos Coados para o Escritório e Viagens
AeroPress: meu método favorito pela versatilidade e facilidade de limpeza
V60: quando quero um café mais limpo e com mais nuances
Moedor manual: essencial para frescor
Balança de precisão: sim, faz diferença!
Garrafa térmica: item não obrigatório
Quando estou na correria, levo grão moído (do café da manhà) numa latinha e uso a chaleira do próprio escritório para esquentar a água e dar uma primeira “batida” no filtro de papel para tirar o gosto de xamequinho, rs.
Pense nisso! E se você quiser saber mais detalhes sobre como montei meu kit de café para o trabalho, me manda um sinal de fumaça, um e-mail, uma DM... Ou melhor, deixa um comentário aqui embaixo e vamos trocar ideias sobre nossas "marmitas de café"!
Dica final: leve sempre café em grãos extras. Você nunca sabe quando vai converter mais um colega para o lado bom da força cafeína!
P.S.: Post original publicado em 16 de abril de 2015 num blog experimental do Barista Junior e atualizado para este espaço.